— DCIII EX01

EXPRESSÃO TIPOGRÁFICA (ÓPTICA / FONÉTICA)
experimentação tipográfica > sonora, visual, concreta, cinética
composição > estruturação temporal


To make a dadaist poem
Take a newspaper.
Take some scissors.
Choose from this paper an article of the length you want to make your poem.
Cut out the article.
Next carefully cut out each of the words that make up this article and put them all in a bag.
Shake Gently.
Next, take out each cutting one after the other.
Copy conscientiously in the order in which they left the bag.
The poem will resemble you.
And there you are — an infinitely original author of charming sensibility, even though unappreciated by the vulgar herd.

Tristan Tzara. Dada Manifesto on Feeble Love and Bitter Love, ca. 1920

“With regard to typography one can establish innumerable laws. The principal one would be: never do what someone else before you has done. […] Typography, under certain conditions, can be an art”
Kurt Schwitters. Theses on Typography, in Merz, 1924

Num gradual caminho para a abstracção, a poesia fonética deriva em poesia concreta ou visual, privilegiando a configuração visual dos elementos linguísticos (o efeito tipográfico) em detrimento da significação verbal. Com a evolução das tecnologias dos media, estas estratégias expandem-se com a transposição destes valores expressivos para a dimensão temporal (e.g. filme e vídeo) e com o desenvolvimento de métodos como a exploração de possibilidades combinatórias da linguagem que viriam a ser facilitadas por meios electrónicos e computacionais. Numa continuidade com as vanguardas, estas estratégias ganham novo fôlego em meados do século XX, nomeadamente em Portugal, com uma nova forma de “poesia experimental” que, como explica Rui Torres (2014), é pautada pela transgressão de convenções dominantes e gramáticas específicas.

01.1 — composição tipográfica
[…]
Com base nos textos e obras tipográficas dos autores citados neste enunciado, os alunos devem selec­cionar uma frase ou expressão que considerem relevante e orientadora do processo criativo, e que melhor condense ou evoque as ideias expressas nas obras/textos. Com base nesta frase ou expressão, devem realizar uma composição tipográfica que reinterprete os valores, princípios, metodologias e técnicas defendidas pelos autores. […].

Mais do que mimetizar configurações, pretende-se que os alunos interpretem e explorem ideias, através de uma formulação gráfica própria que enfatize a especificidade (convenções, materialidade, sensorialidade, dimensão visual, fonética e performativa) do texto e da tipografia como matéria criativa.
[…]

01.2 — animação tipográfica
[…]
Nesta fase, e com base na mesma frase ou expressão verbal, devem realizar uma animação (estruturação temporal) do material tipográfico, que não precisa de se vincular à composição anterior. Mais do que meramente reconstruir ou desconstruir a composição anterior, nesta fase pretende-se reforçar os valores expressivos que advêm da estruturação temporal (ritmo visual, movimento, dinâmica).

Pretende-se explorar, enquanto recursos expressivos, princípios como: Cadência (compasso, regularidade ou progressão), Métrica (estrutura, unidades poéticas), Pontuação (marcação temporal, verbal), Ritmo (periodicidade, recorrência de padrões), Sequência (sucessão ordenada de elementos), Movimento (deslocação, mudança, animação), Continuidade (ligação, coerência lógica) e descontinuidade (interrupção, intermitência).
[…]

Design a site like this with WordPress.com
Get started